Páginas

quinta-feira, 13 de maio de 2010

PAHU - Tambor- Som de Poder




PAHU - tambor em havaiano é instrumento de percussão além de um símbolo sagrado de poder. Os havaianos descendem de antigos polinésios e sua rica cultura foi criada através de gerações no Havai. O Pahu, tambor havaiano, é feito de madeira e coberto com pele de tubarão. Usado desde tempos remotos, é um típico instrumento ritual e tradicional de musica e dança. A música por ele produzida, representa os princípios fundamentais dos havaianos, a percepção do tempo, e a sincronização da musica tradicional.

A presença física do pahu, representa nos dias atuais, a ligação com antigas tradições no Havai. O som preserva a histórica "literatura tradicional" do Hawaii. O tambor, foi trazido do Tahiti para o Hawai por La'amaikahiki em torno de 1250 a.C. "sounding over the oceans".

Pahu é conhecido no Haiti e em outras partes da Polinésia Central. Era o instrumento dos Ali'i (chefes) e usado nos templos (heiau), em rituais e na Hula Kapu (danças sagradas). Acredita-se que La'amaikahiki introduziu dois tipos de tambores no Havai. O grande Tambor - Pahu Heiau - usado nos rituais dos templos, e o pequeno tambor de dança - Pahu Hula

Na tradicional literatura musical do pahu, o som produzido pelo tambor se chama Leo, "a voz". A parte superior onde se bate chama-se Waha ou "boca". Durante a prática de rituais ao ar livre nos templos, Pahu era o instrumento através do qual os deuses falavam através de Leo, "a voz".

Corre ainda hoje por todas as ilhas, que as vozes do Pahu Heiau são ouvidas em certas noites, nos restos arqueológicos dos templos. O tradicional Pahu é entalhado em uma única peça de madeira, geralmente de um coqueiro ou a árvore fruta-pão. A câmara de som está entre a bacia, coberta com pele de tubarão na parte superior, e na base entalhada em arcos na parte inferior. A membrana de pele de tubarão é amarrada por cordas entrelaçadas na base dos arcos.

O Pahu era usualmente batido com as duas mãos e para produzir sons mais fortes, eram usadas baquetas feitas de tiras de pele de tubarão, chamadas Puniu ou Kilu ou pequenas varetas de madeira chamadas Ka. Pahu era feito com muito cuidado, cada etapa da construção, era acompanhada por cantos e preces especiais.

Acreditava-se que o poder das preces uniria a pele de tubarão à madeira, e as amarras para sempre. A membrana da pele de tubarão que o cobria, era esticada e amarrada com cordas trançadas de tiras de pele de tubarão chamadas de Aha. Estas tiras eram presas entre arcos esculpidos na base. As linhas dos arcos invertidos escavados na base Hoaka, simboliza a figura humana com os braços estendidos acima da cabeça. é uma visão poética que representa o homem sob a sombra dos deuses.

Era dado ao Pahu nomes próprios, passados de geração em geração. Pahu era considerado um objeto de Mana (poder) e Kapu (santidade), produzia sons que carregavam o conhecimento de gerações de allí'i (chefes) e Kahunas .

Pahu Heiau era batido por um Kahuna dentro do Heiau, sinalizando as atividades de um conjunto de cerimônias, podia significar o nascimento de um chefe, acompanhado de preces e ritos dos Kahunas e Alli'i. Palu Hula era também usado por Alli'i ou seus representantes, a fim de acompanhar os movimentos da Hula Kapu.

Provavelmente chamava-se Haá, o termo mais apropriado para os movimentos da dança. Em 1819, houve a queda da religião tradicional, e da abolição do sistema Kapu havaiano. Adotou-se o cristianismo introduzido pelos missionários da Nova Inglaterra. Em 1820, o papel teatral de pahu foi gradualmente transferido para acompanhar Hula'auana (dança popular). Remanescente do kapu, o ciclo do aprendizado da dança continuou. Depois de 1820, Palu Heiau não era mais usado abertamente, mas em menor escala ou ocultamente. Com a proximidade do século XX, as tradições musicais e de dança, exceto de palu hula, desapareceram.

A MUSICA DO PAHU

A tradição musical havaiana é essencialmente vocal. Instrumentos de percussão musical nunca são tocados sozinhos, mas sempre acompanhados de cânticos e dança. O Mele*- cântico em poesia, era executado em uma variedade de estilos musicais, cada um com uma particularidade. Eles eram escolhidos de acordo com a função apopriada para a ocasião. 
*Mele Pule, os cânticos de preces, eram endereçados aos deuses e aos descendentes de Alli'i. Mele pertencia individualmente a cada um , que o recebia como uma herança passada de geração em geraçãos na família. A família e seu mele estavam associados ao lugar onde viviam e o lugar à que pertenciam.

O cântico endereçado à pessoa do chefe, particularmente aos altos chefes, guardavam genealogia, nascimento, história, descendentes e os sagrados atributos individuais. Tudo isto caracterizava o sagrado e poderoso mele pule. Os cânticos podiam ser executados em dois tipos:


* Mele Oli, cânticos executados sem instrumentos de acompanhamento e dança.

* Mele Hula, cânticos com instrumentos que acompanhavam as ocasiões de dança.


O Mele Hula Pahu, cânticos com dança e tambor de pele de tubarão, deviam ser formais, sagrados e endereçados aos deuses e aos altos chefes. Eles eram freqüentemente introduzidos por Mele Pule, acompanhado também por procissão e dança, Hula Ka'i que eram cantadas no estilo Oli, na qual o ritmo do texto dos cânticos, não coincidem com as batidas do tambor. A própria Hula é cantada em um estilo muito similar ao oli, mas nele o texto e a dança coincidem com o ritmo do tambor.

Alguns tipos de Mele Pahu eram excessivamente sensuais remanescentes das antigas práticas, chamadas Ume - jogos sexuais usados pelos chefes caracterizados pela performance de mele e hula pahu. Os tipos de ritmos usados com tambores eram provavelmente numerosos. Deste universo musical só dois tipos foram preservados, estes sinalizavam o nascimento dos chefes do heiau. Estes dois tipos foram preservados, graças à uma gravação feita em 1945 pelo Museu Bishop de Honolulu.




Aloha nui loa 🌸🌈








Ana Rosa Figueira

Nenhum comentário:

Postar um comentário